terça-feira, 11 de setembro de 2012

11 de setembro

Foi em 2001 que minha infância morreu.
O ano todo foi bem difícil: divórcio dos meus pais, dificuldade de adaptação à nova escola e aos novos colegas, convivência difícil com a minha avó mas principalmente o onze de setembro.
 Lembro de no começo da aula uma professora apavorada entrar na sala falando sobre bombas, explosões e fim do mundo pra uma turma de crianças entre 9 e 10 anos. O pânico dela, a falta de preparo pra lidar com situações como aquela (afinal quem é que tava preparado praquilo?), tudo. TUDO. 
 Em casa minha mãe tentava fazer com que a gente não pensasse naquilo, no que tinha acontecido. Mal conseguíamos compreender o que era que tinha passado, no jornal mostrava dois prédios altíssimos que eu nunca tinha ouvido falar caindo. Eu só conseguia pensar que eu nunca, nunquinha nunquinha iria para os Estados Unidos, lá era perigoso e aviões batiam em prédios. 
 Tive muito medo de uma grande guerra, de armas biológicas e químicas e de outros possíveis atentados que eu até então nem sabia o que era. 
 Foi um ano depois, numa reportagem do jornal matinal em que mostrava imagens do que aquilo se tratava, que eu, já com a inocência morta, compreendi o que era aquilo. Não entendi as razões que causaram o atentado nem a guerra ao terror. Mas entendi que desde então o mundo estava abalado e com medo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário